A produção de veículos teve crescimento de 16,5% em novembro, na comparação com o mesmo mês do ano passado, refletindo a volta das compras de automóveis ao patamar de antes da pandemia. No total, 236,1 mil unidades foram fabricadas, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, segundo o balanço divulgado nesta quinta-feira, 12, pela Anfavea, associação que representa as montadoras.
Frente a outubro, a produção caiu 5,2%, mas neste caso a variação negativa se explica pelo calendário mais curto de novembro, que teve quatro dias úteis a menos. Com o resultado, o crescimento da produção desde o início do ano chega a 9,6%, para 2,36 milhões de veículos no acumulado de janeiro a novembro.
O desempenho reflete a expansão do crédito, combinada ao maior emprego e renda. Também houve um aumento das entregas a locadoras, que estão renovando suas frotas. Fora isso, nos últimos meses, as exportações, que estavam em baixa, reagiram.
O mercado marcou no mês passado o melhor novembro em dez anos, com 253,5 mil veículos comercializados, crescimento de 19,2% frente a novembro de 2023. Na comparação com outubro, o calendário mais curto fez as vendas caírem 4,3%. Mas na média diária, o ritmo passou de 11,5 mil para 13,3 mil veículos de um mês para o outro. O mercado chegou, assim, a 2,38 milhões de unidades de janeiro a novembro, 15,4% a mais do que nos onze primeiros meses do ano passado.
No embalo da retomada dos embarques para a Argentina, as exportações seguem em recuperação, subindo 63,4% no comparativo interanual. Foram embarcados 39,3 mil veículos no mês passado, 9,7% a menos do que em outubro. A queda das exportações desde o início do ano agora está em 3%, com 366,7 mil veículos embarcados no resultado acumulado até o penúltimo mês de 2024.
O balanço da Anfavea mostra ainda que 712 vagas de trabalho foram abertas nas montadoras durante o mês passado. As fábricas de veículos passaram a empregar 108,1 mil pessoas.
Ao comentar os resultados, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, classificou 2024 como um ano histórico, já que o mercado mostrou o maior crescimento desde 2007 e a indústria automotiva anunciou o maior ciclo de investimentos da história: R$ 180 bilhões, incluindo os fornecedores de autopeças. Entre os dez principais mercados globais, tirando a Rússia deste ranking, o Brasil foi o país onde as vendas de veículos mais cresceram.
A direção da Anfavea ponderou, no entanto, que os números poderiam ter sido melhores não fosse a perda de espaço para concorrentes internacionais tanto no mercado doméstico quanto nos destinos das exportações das montadoras brasileiras.
Conforme estimativa da entidade, este ano caminha para um crescimento de 31,5% das importações, para 463 mil veículos, sendo que a participação das marcas sem fábricas na América Latina alcançou 28% deste total, o dobro do porcentual de 2023. A China já representa 26% das importações - ou seja, um a cada quatro carros importados vendidos no Brasil vem do gigante asiático.