Produção de motos em maio é a maior em nove anos e meio, mostra Abraciclo

Autor: Eduardo Laguna (via Agência Estado),
quarta-feira, 14/06/2023

A produção de motos alcançou em maio o maior volume mensal em nove anos e meio, chegando a 155,1 mil unidades. O resultado reflete a migração do consumo de carros para um veículo mais barato e econômico, junto com a expansão dos serviços de entrega (delivery).

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, maio mostrou crescimento de 19,5%. Frente a abril, a alta foi de 32,8%, conforme balanço divulgado hoje pela Abraciclo, entidade que representa as montadoras de motocicletas. Desde novembro de 2013, quando 156 mil motos foram produzidas no País, não se registrava volume tão alto em um mês.

No acumulado de janeiro a maio, foram fabricadas 669 mil motocicletas, 17,5% acima dos cinco primeiros meses de 2022.

Segundo o presidente da Abraciclo, Marcos Bento, o "mês cheio" de maio, com 22 dias úteis, permitiu à indústria equilibrar melhor a oferta e a demanda. Ele pondera, contudo, que a alta das taxas de juros, o acesso restrito ao crédito e a diminuição do poder aquisitivo da população podem frear o crescimento.

Situação que começou a ocorrer com maior frequência, as vendas de motos em maio, de 161,5 mil unidades, superaram com folga a comercialização de carros de passeio: 127,5 mil. A diferença desta vez foi maior porque o consumidor adiou a compra de automóveis no mês passado, à espera dos descontos prometidos pelo governo.

O volume vendido superou em 21,1% o total de maio do ano passado e em 33,5% as vendas de abril, no melhor resultado para o mês em 12 anos. De janeiro a maio, foram vendidas 639,7 mil motocicletas, 24% acima do mesmo período de 2022 e volume que também supera as vendas de carros de passeio no período, de 591,7 mil.

"O bom desempenho das vendas no varejo é um reflexo da curva de produção nas unidades fabris, que tiveram produção plena em abril. Com isso, as concessionárias puderam atender ao consumidor que aguarda por uma motocicleta", explica Bento. "Estamos reduzindo eventuais filas de espera", acrescenta o executivo.