Os bancos melhoraram as previsões para o desempenho dos empréstimos em 2024, em meio a visão de que os juros vão continuar em queda e a inadimplência vai se reduzir. A projeção de crescimento da carteira de crédito total deste ano cresceu de 8,3% para 8,5%, revela a Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) de dezembro, divulgada nesta terça-feira. O levantamento da Febraban registrou alta para 2024 na expectativa tanto na carteira livre de crédito, como na direcionada. No caso da carteira livre, mais sensível ao ciclo da economia, a projeção subiu de 8,2% para 8,4%, enquanto para a direcionada, avançou de 8,5% para 8,6%. Já para 2023, a estimativa de alta da carteira caiu de 7,4% para 6,9%, comparando a pesquisa de dezembro com a de novembro. Juros altos, em dois dígitos, inadimplência subindo e vários problemas em empresas explicam a desaceleração dos empréstimos ao longo de 2023. A pesquisa da Febraban é feita a cada 45 dias, logo após a divulgação da Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e mostra a estimativa dos bancos para o comportamento de diversas variáveis da economia ao longo deste e do próximo ano. A edição divulgada hoje foi feita com entrevistas com 18 bancos entre 20 e 22 de dezembro.
InadimplênciaEm relação à taxa de inadimplência da carteira livre, a pesquisa capturou estabilidade na projeção tanto para 2023 como para 2024. Para 2023, a projeção é de taxa de calotes de 4,9% da carteira, o que corresponde ao nível atual do indicador (dado de outubro do Banco Central), o que segundo a Febraban reforça a tese de que a trajetória de alta da inadimplência chegou ao fim. Em 2024, a projeção permaneceu em 4,6% ao final do ano, o que significaria alguma queda ante 2023.