Petróleo fecha em queda de cerca de 2% e tem perda semanal, com incerteza sobre alívio em juros

Autor: Patricia Lara, especial para a AE (via Agência Estado),
sexta-feira, 02/02/2024

Os contratos futuros do petróleo fecharam em queda de cerca de 2% nesta sexta-feira, em linha com o movimento de outras commodities industriais, diante do dólar forte à medida que os mercados reduzem a aposta em corte da taxa de juros em março e já começam a questionar se o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) terá condições de começar o ciclo em maio. O realinhamento das expectativas refletiu dados fortes de emprego e sentimento do consumidor nos EUA, após uma semana marcada por sinalizações de cautela por parte do presidente do banco central dos EUA, Jerome Powell.

O barril do WTI para março cedeu 2,09% (US$ 1,54), a US$ US$ 72,27 o barril, na New York Mercantile Exchange. O contrato do Brent para abril recuou 1,74% (US$1,37), a US$ 77,33, na Intercontinental Exchange (ICE). No comparativo semanal, os contratos cederam 7,35% e 6,77%, respectivamente.

O índice DXY, que mede o dólar ante seis moedas fortes, se apreciava 0,85%, a 103,92, à tarde.

A economia dos Estados Unidos criou 353 mil empregos em janeiro, em termos líquidos, segundo relatório publicado nesta sexta pelo Departamento do Trabalho do país. O resultado ficou bem acima do teto das expectativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que variavam de 150 mil a 290 mil postos de trabalho, com mediana de 195 mil.

Os preços do petróleo ainda monitoravam notícias sobre o conflito em Gaza, um vetor que movimentou com os contratos ao longo da semana. Pela manhã, circularam notícias de que o Hamas poderia responder "muito em breve" à proposta de cessar-fogo em Gaza que prevê a troca escalonada de reféns israelenses por prisioneiros palestinos.

As negociações continuavam na tarde de sexta-feira, segundo fontes de mercado. O que está se discutindo é uma primeira fase do acordo, que implicaria um cessar-fogo de 45 dias, com o Hamas entregando a maioria das mulheres, crianças e idosos como reféns, segundo relatos do mercado.