Petróleo fecha em queda com dólar forte, mas avança na semana

Autor: Gabriel Bueno da Costa (via Agência Estado),
sexta-feira, 21/06/2024

Os contratos futuros de petróleo caíram hoje, em dia de ganhos para o dólar, porém avançaram na comparação semanal. Sinais de mercado mais apertado apoiaram os ganhos na semana, bem como certa cautela com o quadro geopolítico.

O WTI para agosto fechou em queda de 0,69% (US$ 0,56), em US$ 80,73 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para setembro caiu 0,62% (US$ 0,53), a US$ 84,33 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Na comparação semanal, o contrato do WTI subiu 2,91%.

No dia, o petróleo já caía logo cedo, pressionado pelo dólar forte. O movimento do câmbio torna o óleo, cotado na moeda, mais caro para os detentores de outras divisas e contém a demanda. Além disso, havia algum espaço para ajustes, após ganhos recentes. O dólar ganhou mais fôlego após leitura acima da previsão do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto dos EUA, na pesquisa da S&P Global.

O Santander US destaca que a Ucrânia continuava a atacar ativos da Rússia ligados ao petróleo, durante o conflito entre os países. Em comentário a clientes, o banco lembra que nesta semana foram atacados dois depósitos do óleo em território russo. A perspectiva de mais tensões no Oriente Médio também seguiu em foco em dias recentes, como a possibilidade de mais confrontos entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah e a invasão israelense na Faixa de Gaza, após ataque do Hamas ocorrido em outubro.

Para o Commerzbank, o petróleo já se recuperou totalmente do revés com as decisões da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) no começo deste mês, ainda apoiado por "numerosas crises", em particular a escalada no conflito entre Israel e o Hezbollah. O banco alemão acredita que o foco dos investidores deverá seguir no Oriente Médio na próxima semana, em especial diante da falta de "indicadores econômicos significativos". Em princípio, o mercado de petróleo teve ter carência de oferta no segundo e no terceiro trimestres deste ano, diante de cortes voluntários de membros da Opep+.

Já o TD Securities via os contratos com um "modesto apoio" de recuos nos estoques. Na agenda de hoje, a Baker Hughes informou que o número de poços e plataformas de petróleo em operação nos EUA recuou 3 na semana, a 485.