Ao defender o investimento previsto pela Petrobras em descarbonização de processos nos próximos cinco anos (US$ 5,3 bilhões), o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da estatal, Mauricio Tolmasquim, disse que a empresa espera figurar entre aquelas que ainda produzirão óleo e gás em 2050. Para tanto, disse, será preciso expandir as operações sem que as emissões de gases poluentes acompanhem esse crescimento. "Óleo e gás, em todos os cenários futuros, aparecem como ainda sendo demandados em 2050, mas em valor menor porcentualmente do que hoje. Então vamos ter uma disputa maior por esse mercado. E nós queremos estar entre esses produtores (de O&G) em 2050. Para isso sabemos que temos de utilizar menos carbono."
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Ele reiterou a meta de emissões líquidas zero em 2050 e reiterou a meta de near-zero (quase zero) de emissões de metano em 2030.
"Alargamos a meta que tínhamos anteriormente, de forma que, até 2030, apesar de estar instalando um número grande de FPSOS novos, estamos nos comprometendo a ter um aumento de emissões líquidas zero", disse o diretor.
Hidrogênio
Para além dos esforços de descarbonização e dos esforços para tirar do papel projetos de geração e energia renovável, Tolmasquim disse que a Petrobras observa com interesse o mercado de hidrogênio. "Temos potencial enorme no Brasil para hidrogênio. Não tenho dúvida de que o Brasil será um polo de hidrogênio no mundo", disse.
Ele justificou que o País tem uma das energias renováveis de custo mais baixo do mundo, o que permitiria produzir hidrogênio verde a preços relativamente mais baixos, uma vez que 70% do custo do processo é com energia elétrica. "O mesmo aerogerador produz o dobro no Brasil do que na Europa. O mesmo potencial de um aerogerador onshore no Brasil é o de um offshore na Europa", comparou.
Ele lembrou que a Petrobras, graças às suas refinarias, já é uma grande consumidora de hidrogênio produzido a partir de gás natural e que só isso já justificaria investimentos em hidrogênio. Mas disse que a companhia olha para a Europa e outros países do mundo a fim de se tornar exportadora, o que teria "boas chances".