Ouro fecha em leve alta e renova máxima, em semana de ganhos com tensão geopolítica

Autor: Matheus Andrade, especial para a AE* (via Agência Estado),
sexta-feira, 12/04/2024

O contrato mais líquido do ouro fechou leve em alta nesta sexta-feira, 12, renovando sua máxima histórica, em um cenário de tensões geopolíticas impulsionando a busca por segurança entre investidores, com a ameaça de escalada do conflito entre Israel e Irã. Durante a sessão, a cotação chegou a ultrapassar o nível de US$ 2400,00 a onça-troy, mas perdeu fôlego ao longo do dia. A força do metal ocorre apesar da alta do dólar e dos juros dos Treasuries, elementos que tendem a pressionar a commodity, com a demanda chinesa pelo ouro sendo apontada com um fator relevante.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para junho fechou em alta de 0,05%, a US$ 2.374,10 a onça-troy, novo recorde histórico. Na variação semanal, o ouro avançou 1,22%.

Vários meios internacionais reportavam, a partir de fontes de EUA e Israel, que o Irã poderia atacar em solo israelense, como retaliação após uma ação contra um consulado iraniano na Síria na semana passada.

Segundo oAxioso Irã enviou uma mensagem ao governo do presidente Joe Biden por meio de vários países árabes no início desta semana: se os EUA se envolverem nos combates entre Israel e o país persa, as forças americanas na região serão atacadas.

"Os preços do ouro afastaram-se um pouco dos seus impulsionadores habituais: os rendimentos dos Treasuries e o dólar. Embora a fraca inflação dos preços no produtor de março nos Estados Unidos pudesse ter elevado os preços esta semana, suspeitamos que a compra de refúgios seguros pela China também seja um fator-chave", avalia a Capital Economics.

Dada a força atual do dólar, após um relatório de inflação nos EUA mais forte do que o esperado, está se tornando claro que a recuperação está sendo impulsionada principalmente por investidores que se preocupam menos com o custo de financiamento e mais com a geopolítica, o aumento da dívida pública e a reaceleração da inflação, afirma Ole Hansen, chefe de estratégia de commodities do Saxo Bank.

*Com informações Dow Jones Newswires.