O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, defendeu nesta quinta-feira, 12, que indicadores macroeconômicos, como o mercado de crédito e nível de investimentos no País, mostram que a economia brasileira não está em "voo de galinha".
Durante reunião do "Conselhão", Durigan apresentou dados como a concessão real de crédito, com aumento de 26,6% em outubro de 2024 na comparação com janeiro de 2023, bem como o aumento da renda real do trabalho - crescimento de 8,6% no trimestre de agosto a outubro de 2024 na comparação com o intervalo entre novembro e janeiro de 2023, de acordo com balanço mostrado.
O secretário reforçou que a posição do governo é de "compromisso com equilíbrio das contas", reconhecendo que esse processo "não é simples".
Em outra frente, o número 2 da Fazenda declarou que será possível "botar de pé" o mercado de crédito de carbono doméstico até a COP30, em Belém no ano que vem.
Nesta quinta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, sem vetos, o projeto que cria um mercado regulado de carbono no Brasil, com o objetivo de estabelecer limites para a emissão de gases de efeito estufa.
O texto havia sido aprovado pelo Congresso Nacional no mês passado, e foi publicado no Diário Oficial da União (DOU).
Contas públicas e credibilidade
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda disse ainda que o governo enfrenta um "desafio" para "manter a credibilidade", ao falar da agenda da equipe econômica para as contas públicas. Ele citou que o Executivo busca mostrar que está "no caminho certo" ao perseguir o equilíbrio fiscal "do lado da justiça".
"O caminho certo é tributar quem tem capacidade econômica para pagar os tributos, que é revendo benefícios injustificados de maneira transparente, com diálogo duro, mas franco e aberto com a sociedade, setores produtores e muitas vezes com o próprio Judiciário", declarou no encontro do "Conselhão", presidido pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
Durigan também reforçou a posição do governo ao mencionar que "é possível equilibrar as contas sem medida regressiva, sem retrocesso social".
Ele mencionou que o foco da contenção de despesas é em "gastos injustificados" e em pagamentos postergados pelo governo anterior.