A MSCI, gigante mundial de índices de mercado, com sede em Londres, adicionou a entrada das ações da Embraer, do banco Inter, da Nu, do PagBank, da Stone e da XP no MSCI Brazil na revisão de agosto anunciada no dia 12 de agosto. Por sua vez, os papéis da Eneva e da Lojas Renner foram excluídos do índice. As mudanças começam a valer a partir do fechamento de 30 de agosto.
A adesão maciça de empresas no MSCI Brazil tem por trás uma mudança de regra que permitiu a inclusão de empresas brasileiras listadas no exterior. No caso do Nubank, a fintech brasileira esteve entre as três maiores adições no índice para países emergentes na revisão de agosto.
"As três maiores adições ao MSCI Emerging Markets Index medidas pela capitalização de mercado total da empresa serão Nu Holdings (Brasil), Huaneng Lancang River Hydropower (China) e Adnoc Drilling Company (Emirados Árabes Unidos)", diz a MSCI, em comunicado ao mercado.
A Adnoc, petroleira de Abu Dhabi, esteve recentemente envolvida em negociações para comprar a fatia da Novonor (antiga Odebrecht) na Braskem, mas desistiu. O agravamento da situação de antigas minas de sal-gema da empresa em Maceió inviabilizou o negócio.
Peso Brasil
A injeção de novos nomes deve ajudar a elevar o preso do Brasil no índice de países emergentes. Ao fim de julho, a fatia do País no MSCI EM voltou a subir e chegou a 4,32%, depois de quedas seguidas e que empurraram a participação brasileira para 4,25% em junho, a segunda menor na série histórica desde janeiro de 2000, conforme números da MSCI Inc. a pedido do Broadcast.
O Bank of America (BofA) prevê que a participação do Brasil no índice de mercados emergentes tem chances de avançar dos atuais 4,32% em julho para 4,7% após inserções de empresas brasileiras listadas no exterior. Ainda assim, segue perto das mínimas históricas. O Brasil já chegou a deter um peso de 17% no MSCI EM, quando detinha o grau de investimento.
As mudanças envolvendo o MSCI Brazil estiveram entre as maiores anunciadas na revisão de agosto pela gigante de índices globais. Outras grandes alterações foram relacionadas à Índia, com a entrada de sete empresas e saída de uma, e ainda a China, com duas inserções e 60 exclusões.
Essas mudanças devem se refletir no peso dos países emergentes no MSCI EM, além da maior participação do Brasil. "Existia uma discussão se a Índia iria eventualmente passar a China em termos de peso na próxima revisão", disse o chefe de Economia para Brasil e Estratégia para América Latina do BofA, David Beker, em recente entrevista ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado).