A vice-presidente da Moody's para risco soberano, Samar Maziad, disse nesta terça, 17, que o novo Marco Fiscal tenta oferecer um caminho mais sustentável e guiar as expectativas do mercado, mas que a melhora da nota de crédito do Brasil ainda vai depender da implementação da regra que substituiu o teto de gastos. Durante evento realizado pela agência de classificação de risco em São Paulo, a analista sênior da Moody's apontou o esforço que o Brasil precisa fazer para estabilizar a dívida e, ao lembrar que o novo arcabouço das contas públicas ainda não foi implementado, adiantou que a Moody's vai aguardar seus resultados. Ela disse que o Brasil ainda precisa mostrar que consegue alcançar as metas e melhorar os resultados fiscais sob o novo arcabouço. Com rating Ba2 desde fevereiro de 2016, o Brasil está duas notas abaixo do grau de investimento na escala da Moody's. A perspectiva é estável, uma indicação de que a agência não pretende mudar a nota no curto prazo. Segundo Samar, a ênfase dada até aqui pelo governo ao aumento de receitas, como forma de equilibrar as finanças públicas nos próximos anos, levanta dúvidas, pois será difícil sustentar o crescimento mostrado pela arrecadação nos últimos dois anos. Além disso, ela considerou que o governo pode não conseguir passar no Congresso todas as medidas encaminhadas para melhorar suas receitas - entre elas, a tributação de fundos exclusivos e offshore. Nesse sentido, a vice-presidente da Moody's disse que o novo marco vai mostrar resultados melhores em ambiente de crescimento econômico, quando ganhos de arrecadação permitirão compensar o aumento contratado das despesas, de pelo menos 0,6% acima da inflação. "Se as receitas não se materializarem, seja por um ciclo de baixa, seja pelo fato de a agenda no Congresso não avançar, não haverá clareza de que a meta será alcançada com corte de gastos", declarou Samar. Além da implementação e do desempenho da nova regra fiscal, Samar disse que a manutenção de suas metas e a continuidade de políticas econômicas serão importantes para o País voltar a ter o rating elevado. As informações são do jornal
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