Moedas: índice DXY bate máxima desde novembro de 2002, de olho em Fed agressivo

Autor: Gabriel Caldeira (via Agência Estado),
segunda-feira, 13/06/2022

O dólar operou em alta robusta ante moedas rivais atreladas ao risco, como o euro e a libra, e o índice DXY chegou a bater sua maior pontuação desde novembro.de 2002. A divisa americana foi impulsionada pela perspectiva de um Federal Reserve (Fed) agressivo na próxima quarta-feira, data marcada para a divulgação do próximo comunicado de política monetária do BC dos EUA.

O índice DXY, que mede a variação do dólar ante seis pares fortes, fechou em alta de 0,89%, aos 105,078 pontos. No fim da tarde em Nova York, o euro baixava a US$ 1,0414 e a libra recuava a US$ 1,2125. Já o dólar tinha leve alta a 134,44 ienes, após bater a maior cotação ante a moeda japonesa desde 1998.

"A combinação de turbulência no mercado e a perspectiva de um aperto agressivo do Fed está provando ser uma combinação ideal para o dólar", destaca o ING, em relatório. Segundo o banco holandês, com os sell-offs recentes de ativos de risco, "é possível alguma recuperação" dos mercados nos próximos dias, enquanto o dólar "pode enfrentar uma correção em breve".

Ao mesmo tempo, a instituição acredita que a decisão monetária de quarta-feira deve apoiar a moeda dos EUA. É esperado uma elevação de 50 pontos-base na taxa dos Fed funds, bem como um comunicado duro, após o índice de preços ao consumidor (CPI) americano voltar a acelerar, em ritmo acima do esperado, em abril.

A libra, por sua vez, foi pressionada pela contração do Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido entre março e abril. A leitura fraca deve segurar um aumento agressivo dos juros pelo Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) nesta semana, segundo a Capital Economics.

Ainda que tenha revertido boa parte do movimento ao longo do dia, o iene japonês atingiu hoje sua mínima ante o dólar desde 1998, diante do quadro de política monetária relaxada no Japão. Assim como o Fed e o BoE, o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) decidirá juros esta semana. É esperado que a entidade mantenha a política acomodatícia em face da inflação e crescimento econômico fracos.