O dólar teve forte queda no exterior nesta sexta-feira, 2, depois que um relatório sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos mais fraco do que o esperado em julho ampliou as expectativas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) reduzirá as taxas de juros em 50 pontos-base em setembro, à medida que a economia desacelera. O iene e o euro se valorizaram e estiveram entre as moedas que mais abrigaram o fluxo de saída do dólar. A libra também subiu, ainda que em um movimento mais limitado depois de ter derretido ontem com o corte das taxas de juros do Reino Unido.
No fim da tarde em Nova York, o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou desvalorização de 1,16%, a 103,208 pontos, tendo atingido menor nível desde março na mínima do dia. O euro subia a US$ 1,0912 e a moeda japonesa seguiu firme, levando o dólar a recuar a 146,58 ienes. A libra subia a US$ 1,2805.
Está "muito claro" que o Federal Reserve cometeu outro erro de política e que as taxas de juros deveriam ter sido cortadas na reunião de quarta-feira, escreveu o diretor de investimentos da Zaye Capital Markets, Naeem Aslam, em nota.
No fim da tarde, a ferramenta FedWatch, do CME Group, atribuía uma probabilidade de 73,5% de a taxa dos Fed Funds ser reduzida em 50 pontos-base no próximo encontro do Fed em setembro. E a hipótese de alívio de 25 pontos-base estava em 26,5%. Ontem, a aposta de corte mais agressivo era de apenas 22%.
Em relação ao iene, o Rabobank ponderou que as expectativas do mercado sobre o número de cortes nas taxas do Fed funds antes do final deste ano aumentou a pressão descendente sobre o dólar/iene. A meta de médio prazo do banco é que o dólar seja cotado a 145 ienes. "Os movimentos desta semana sugerem que este nível pode ser atingido muito mais cedo do que esperávamos. Dependendo do resultado dos principais dados econômicos japoneses da próxima semana, reavaliaremos as nossas previsões para o dólar/iene", escreveram analistas do banco.
A libra esterlina também subiu frente ao dólar, mas o movimento foi contido após a moeda britânica ter derretido na véspera com o corte da taxa de juros pelo Banco da Inglaterra (BoE).