O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Nova York, John Williams, afirmou nesta sexta-feira, 20, que a resiliência da atividade americana ajuda a impulsionar os juros longos dos Treasuries. "A economia está em um lugar muito bom", disse, em entrevista à CNBC.
O dirigente, que tem direito a voto em todas reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), projetou crescimento de cerca de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) americano em 2024. Para 2025, a expectativa dele é para uma desaceleração para avanço perto de 2,0%.
Williams acrescentou que o mercado de trabalho está esfriando, mas que não há uma deterioração, uma vez que o emprego arrefece de um nível de superaquecimento. Para ele, há liquidez ampla no sistema financeiro.
O dirigente negou ainda que os juros estejam no nível neutro, aquele que nem comprime nem impulsiona a economia. No entendimento dele, a política permanece restritiva.
PCE
O presidente do Federal Reserve de Nova York ainda afirmou que as notícias recentes sobre a inflação foram "encorajadoras". Em entrevista à CNBC, pouco depois da divulgação do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), o dirigente reconheceu que o indicador ainda não está na meta de 2%, mas disse que o Fed trabalhará para garantir a estabilidade de preços e que houve progresso.
Williams, no entanto, admitiu incertezas elevadas sobre as perspectivas inflacionárias, em meio a risco de uma política fiscal expansionista e restrições comerciais sob o presidente eleito dos EUA, Donald Trump.
Por isso, Williams reiterou que a autoridade monetária definirá a trajetória juros com base na evolução dos indicadores econômicos.
Segundo ele, o cenário base ainda é de declínio da taxa básica à frente. "A política monetária está bem posicionada para lidar com o que virá", disse.