O mercado financeiro voltou a aumentar as suas projeções para a inflação nos próximos anos, mesmo trabalhando com uma taxa Selic média mais alta até o fim de 2025, conforme o relatório Focus divulgado nesta segunda-feira, 23, pelo Banco Central.
A mediana para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025, que mais se aproxima do horizonte relevante da política monetária, subiu de 3,95% para 3,97%, contra 3,93% um mês antes. Levando em conta apenas as 96 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 3,97% para 4,0%.
A estimativa para 2026 também oscilou para cima, de 3,61% para 3,62%, aumentando pela segunda semana consecutiva. As expectativas para esses dois anos estão acima do centro da meta, de 3%, com tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.
O Comitê de Política Monetária (Copom) considera o primeiro trimestre de 2026 como seu horizonte relevante e espera que a inflação atinja 3,5% no período, considerando o cenário de referência, com a trajetória de Selic embutida no Focus (até 13 de setembro) e dólar a R$ 5,60, evoluindo conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC).
A mediana do Focus para o IPCA de 2024 também subiu, pela décima semana seguida, de 4,35% para 4,37% - aproximando ainda mais do teto da meta este ano, de 4,50%. Considerando apenas as 97 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 4,37% para 4,40%. Um mês atrás, a estimativa era de 4,25%.
No cenário de referência, o Banco Central espera que o IPCA termine 2024 em 4,30% e desacelere a 3,70% em 2025.
A mediana do Focus para o IPCA de 2027 se manteve em 3,50% pela 64ª semana seguida.