Marisa: prejuízo líquido salta para R$ 188,6 mi no 4º trimestre de 2022

Autor: Talita Nascimento (via Agência Estado),
sexta-feira, 31/03/2023

A Marisa Lojas apresentou um prejuízo líquido de R$ 188,6 milhões no quarto trimestre de 2022, um salto ante o prejuízo de R$ 24,5 milhões registrado no mesmo período de 2023 (alta de 669,8%). Enquanto o Ebitda do varejo foi de R$ 19,6 milhões, com queda de 12,3% ante um ano antes, o Ebitda do Mbank ficou negativo em R$ 115,2 milhões e reverteu resultado positivo de R$ 22,4 milhões no quarto trimestre de 2021.

A companhia aproveitou para anunciar uma injeção de R$ 90 milhões dos acionistas controladores para viabilizar o reenquadramento da MPagamentos (braço financeiro da empresa) nos índices regulatórios e prudenciais. Será um ajuste dos montantes separados para lidar com inadimplência. Caso necessário, a companhia promoverá ainda até agosto deste ano um aporte adicional de R$ 26 milhões na MPagamentos.

Para o novo CEO da companhia, João Pinheiro, os números de 2022 não são bons, "como era de se esperar". Ele ressalta que a margem bruta da empresa no varejo melhorou, voltando a 52%, com alta de 4,6 pontos porcentuais. Para ele, isso indica que a companhia tem bons produtos e público. Assim, o necessário agora é cortar despesas e organizar a operação do banco.

Do lado do banco, além do aporte, será feita uma reorganização. A MPagamentos, que fica sob o comando do Mbank, será separada da MCartões, que passará a ser uma prestadora de serviços de adquirência para a MPagamentos.

Além disso, Pinheiro diz que a empresa tem adquirido uma concessão mais conservadora de crédito e que deve focar, de agora em diante, em conceder crédito para seus próprios clientes, de quem já tem dados. "Muitos varejistas acharam que operar bancos era algo simples. Com a Marisa não foi diferente", diz Pinheiro.

Redução de despesas

Do lado de cortes de gastos, o plano também é claro. A Marisa resolveu fechar 90 lojas, de um parque de 334. Ele explica que os cortes que virão não serão de vendedores de lojas, de modo a prejudicar a operação. "Não se trata de cortar vendedor de lojas e, sim, fechar lojas deficitárias e realocar pessoas na medida do possível. Vamos atacar os custos administrativos e reorganizar o banco", afirmou Pinheiro ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.