A presidente da distrital de Cleveland do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Loretta Mester, disse nesta quarta-feira, 29, que a inflação ainda vai demorar um bom tempo para retornar à meta de 2% ao ano, mas que o nível de juros atual está no ponto ideal para que a autoridade monetária aguarde a divulgação de novos dados antes de decidir como agir. Em discurso no Centro George G. Kaufman para Estudos de Política Financeira, Mester disse que ainda há uma parte dos apertos monetários anteriores que ainda deve ser transmitida para a economia. Ela pontua que houve uma série de progressos visíveis na redução da inflação, mas não houve queda no crescimento do país, o que é positivo. Porém, ela alerta que apesar das coisas estarem caminhando no "rumo correto", tensões geopolíticas no Oriente Médio e na Ucrânia precisam permanecer no radar do BC americano, assim como o recente esfriamento na economia chinesa, que pode prejudicar a demanda global.
Testes de estresseDe acordo com dirigente do Fed, a instituição precisa tornar seus testes de estresse bancário mais rigorosos para detectar possíveis novas vulnerabilidades, não só de crédito, mas também de liquidez e de taxas de juros. Segundo ela, apesar de menores desde março deste ano, os riscos de financiamento para os bancos continuam muito elevados. Mester avalia que, em resposta, é preciso aumentar parte do capital dos bancos, apesar de que "aumentar demais pode ser contraproducente". Ela foi favorável também a tomar novas medidas para empresas e mercados financeiros não bancários, e disse que a proposta de capital de Basileia III está alinhada com o que há de mais seguro para os sistemas bancários e não bancários, a fim de prepará-los a novos choques.