A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou julho com queda de 0,68%, ante um avanço de 0,67% em junho, informou na manhã desta terça-feira, 9, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que previam um recuo entre 0,88% e 0,45%, com mediana negativa de 0,66%. A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 4,77%, de acordo com o IBGE.
O resultado acumulado em 12 meses foi de 10,07%, dentro das projeções dos analistas, que iam de 9,85% a 10,32%, com mediana de 10,10%.
Segundo o IBGE, foi a menor taxa registrada desde o início da série histórica, iniciada em janeiro de 1980.
No ano, a inflação acumulada é de 4,77%. No acumulado nos últimos 12 meses a taxa desacelerou para 10,07%, contra os 11,89% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.
A deflação em julho é explicada principalmente pelo recuo dos preços dos combustíveis e energia. As variações negativas destes itens refletem a queda nos preços praticados nas refinarias da Petrobras e também a redução das alíquotas de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) aplicada a partir da Lei Complementar 194/22, sancionada no final de junho.
Os preços da gasolina caíram 15,48% e os do etanol, 11,38%. O recuou do preço gasolina, item de maior peso individual sobre o IPCA, representou o impacto mais intenso entre os 377 subitens que compõem o índice (-1,04 ponto percentual). O custo da energia residencial teve queda de 5,78% e o preço do gás de botijão recuou 0,36%.
O IBGE destacou que além da redução da alíquota de ICMS cobrada sobre os serviços de energia elétrica, outro fator que influenciou o recuo do grupo habitação foi a aprovação, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), das Revisões Tarifárias Extraordinárias de dez distribuidoras espalhadas pelo país, o que acarretou redução nas tarifas a partir de 13 de julho.
A diminuição dos impostos, em ano eleitoral, foi uma estratégia adotada pelo governo e pelo Congresso. No entanto, apesar de segurarem a inflação em 2022, essas medidas pressionam os preços para 2023, conforme alertam diversos economistas.