Uma investigação envolvendo o presidente da farmacêutica britânica-sueca AstraZeneca na China, Leon Wang, é o mais recente desdobramento a abalar empresas estrangeiras no país, onde uma série de averiguações e detenções levaram à incerteza sobre as intenções de Pequim.
A AstraZeneca já estava no radar das autoridades chinesas em 2022. Naquela época, as autoridades descobriram que os funcionários da AstraZeneca haviam adulterado os resultados dos testes genéticos de pacientes com câncer para que seus tratamentos fossem elegíveis para reembolso pelo seguro médico estatal da China. Em resposta, a empresa disse que estava ciente dos casos e se recusou a fazer mais comentários.
O setor de saúde na China movimenta mais de US$ 1 trilhão no país e é uma das áreas com oportunidades mais atrativas para empresas estrangeiras, mas uma repressão ampla e intensificada a supostas irregularidades no setor é um exemplo de como o escrutínio do governo pode atingir a liderança corporativa e prejudicar os lucros.
Segundo pessoas envolvidas com a indústria, as autoridades chinesas estão analisando as empresas em questões como fraude de seguro médico, contrabando de drogas e coleta de dados de pacientes. Não foi possível determinar a razão da investigação de Wang.
A AstraZeneca enviou uma mensagem aos seus funcionários na China após a notícia da investigação sobre Wang. Michael Lai, gerente geral da China, disse na mensagem, vista pelo The Wall Street Journal, que a farmacêutica "se beneficiou do desenvolvimento do país" e é "parte da força chinesa". Lai está liderando o negócio na ausência de Wang.