O Banco Central Europeu (BCE) deverá afrouxar o aperto monetário até uma taxa terminal próxima de 2,5% ao ano, por volta do terceiro trimestre de 2025, conforme comunicado divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) na quarta-feira, 19. Na mesma ocasião, a inflação da zona do euro deverá regressar à meta de 2%, na base anual, ainda de acordo com a instituição.
Após concluir consultas no âmbito do Artigo IV, o FMI destaca que o cenário econômico no bloco permanece demasiadamente incerto e que pressões salariais atipicamente fortes poderão manter a inflação em um patamar mais elevado do que o esperado. Ao mesmo tempo, os riscos de crescimento pendem para o lado negativo, devido a tensões geopolíticas globais e ao enfraquecimento da demanda mundial, segundo o documento.
Neste cenário, a recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro deverá ser modesta em 2024 e acelerar levemente em 2025. No médio prazo, o envelhecimento da população e a queda na produtividade deverão travar um avanço mais robusto, segundo o FMI.
O comunicado diz ainda que é preciso um novo ajuste fiscal para a maioria dos países que integram a zona do euro, a fim de cumprir com o novo quadro de governança econômica da União Europeia e minimizar imediatamente riscos de sustentabilidade para o orçamento no longo prazo.
O FMI avalia que os planos estruturais orçamentários de médio prazo, previstos para setembro, deverão ser sustentados por uma estratégia "clara" e por reformas que promovam "crescimento e resiliência".
Para conter a produtividade em queda, o documento recomenda uma integração mais profunda dos mercados financeiros, com a criação de um mercado único no bloco e o aperfeiçoamento de um orçamento que oriente melhor o investimento público. De acordo com o FMI, medidas protecionistas existentes entre países da zona do euro prejudicam uns aos outros enquanto não impedem o crescimento de mercados estrangeiros.
"Sem maior integração e aprofundamento dos mercados financeiros, a Europa não só ficará aquém do seu objetivos transformadores de segurança energética, mitigação das alterações climáticas e transição digital, mas também correm o risco de ficar para trás em relação aos seus pares globais", avalia a instituição.
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