O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) caiu 1,4 ponto na passagem de agosto para setembro, para 81,7 pontos, após três meses seguidos de avanços, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira, 3. Em médias móveis trimestrais, o IAEmp avançou 0,7 ponto.
"Em setembro, o IAEmp voltou a cair, mas é preciso cautela com esse resultado. Embora a queda possa estar indicando um período de desaceleração nos próximos meses, esse é apenas o segundo número negativo nos últimos 12 resultados. O cenário do mercado de trabalho ainda é de aquecimento e será necessário observar próximos resultados para confirmar essa expectativa de redução no ritmo de contratação", avaliou Rodolpho Tobler, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
O IAEmp sugere expectativa de geração de vagas adiante, quanto maior o patamar, mais satisfatório o resultado. O indicador é formado por uma combinação de séries extraídas das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor, todas apuradas pela FGV. O objetivo é antecipar os rumos do mercado de trabalho no País.
Segundo Tobler, o novo ciclo de alta na taxa básica de juros, a Selic, deve impactar a atividade econômica e, consequentemente, afetar o mercado de trabalho. No entanto, ele espera que esse impacto seja "mais sentido na virada do ano".
Em setembro, quatro dos sete componentes do IAEmp contribuíram negativamente para o resultado. Os piores desempenhos foram dos itens Tendência dos Negócios da Indústria, com contribuição de -1,0 ponto, e Emprego Previsto da Indústria, com -0,7 ponto. Por outro lado, contribuíram positivamente os componentes Tendência dos Negócios de Serviços, com +0,4 ponto, e Emprego Previsto de Serviços, com +0,3 ponto.