Depois de ter caído até 1,40% na primeira hora de negociação, o Índice Bovespa se acomodou em queda mais moderada no fim de manhã desta quinta-feira, 17. Enquanto as ações da Vale perdem mais de 2%, penalizadas pelo tombo de quase 6% do minério de ferro na China, papéis de outros segmentos da Bolsa se recuperam e amenizam o impacto do papel, que tem o maior peso individual na composição do índice.
De acordo com Pedro Caldeira, sócio e assessor da One Investimentos, o forte peso das ações da Vale no Ibovespa deve continuar impedindo a recuperação do índice hoje, mas há outros fatores que seguem pesando no mercado, tanto no cenário externo quanto no interno. "Internamente, o quadro fiscal certamente é o que pauta o mercado atualmente. A diferença de hoje para dois meses atrás é que o mercado já não dá mais o benefício da dúvida ao governo e agora quer ver ações concretizadas na contenção de gastos", afirma.
Caldeira pondera que a próxima semana promete resultados melhores para a Bolsa, se forem confirmadas as estimativas de resultados corporativos positivos na safra de balanços do terceiro trimestre.
Para Kevin Oliveira, sócio e advisor da Blue3 Investimentos, o mercado de ações reflete uma aversão ao risco antecipando um cenário mais desafiador à frente, o que não necessariamente vá se confirmar.
Ele afirma que o pacote de medidas na China que causa frustração nos mercados ainda não está refletido nos indicados econômicos locais, o que pode modificar o ânimo dos investidores em relação ao país asiático.
Às 11h47, o Ibovespa tinha 130.478,17 pontos, em baixa de 0,97%. Vale ON e perdia 2,39% e Petrobras ON e PN recuavam 0,42% e 0,78%, nesta ordem.