Após ter esboçado reação na terça-feira - quando subiu 1,22% após cinco sessões de perdas -, o Ibovespa voltou a ceder terreno nesta quarta-feira, 25, mesmo contando com moderado apoio dos carros-chefes Vale (ON +0,45%) e Petrobras (ON +0,07%, PN +0,73%), assim como da maior parte dos grandes bancos à exceção de BB (ON -0,29%) - destaque para Itaú (PN +1,26%).
Dessa forma, o índice retrocedeu nesta quarta à casa dos 131 mil pontos, tendo oscilado entre 131.489,09 e 132.981,78 pontos na sessão, em que saiu de abertura aos 132.155,76. Ao fim, mostrava queda de 0,43%, aos 131.586,45 pontos, a apenas 97 pontos da mínima do dia, e com giro a R$ 21,9 bilhões. Na semana, ainda avança 0,40%, mas cede 3,25% no mês e 1,94% no ano.
Destaque da agenda doméstica pela manhã, a leitura benigna sobre o IPCA-15 referente a setembro não foi o suficiente para alimentar o apetite por ativos de risco neste meio de semana, majoritariamente negativo para os índices de ações em Nova York, em variação de +0,04% (Nasdaq), de -0,19% (S&P 500) e de -0,70% (Dow Jones), vindo o Dow Jones e o S&P 500 de máximas históricas de fechamento na sessão anterior.
"Esse arrefecimento da inflação ainda não reflete a alta da taxa básica de juros na semana passada. A coleta de dados aconteceu entre 15 de agosto e 13 de setembro - a Selic subiu no dia 18 e os efeitos da política monetária são dilatados no tempo", observa Felipe Castro, sócio da Matriz Capital. "Diante da prévia do IPCA abaixo do esperado, os juros futuros registraram baixa hoje, de magnitude decrescente ao longo da curva, refletindo certo otimismo do mercado com o curto prazo, mas manutenção das expectativas para o longo", acrescenta.
"Foi um dia de correção para os principais índices de ações ao redor do mundo após o entusiasmo do dia anterior com as medidas de estímulo na China, que beneficiou em especial o setor de commodities", diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research. Assim, a Bolsa brasileira não ficou imune à moderada correção, apesar da leitura "relevante" sobre o IPCA-15 que não afasta, contudo, a perspectiva de que a política monetária continuará em ajuste restritivo nas próximas reuniões do Copom. "O ritmo de alta da Selic deve mesmo ser acelerado para 50 pontos-base em novembro", acrescenta o analista.
Assim, a despeito do ajuste visto na curva do DI nesta quarta-feira, o índice de consumo (Icon), que reúne ações com sensibilidade a juros e exposição à economia doméstica, mostrou perda bem superior a do Ibovespa na sessão, em baixa de 1,60%, assim como ante o índice de materiais básicos (Imat) - mais correlacionado a demanda e a preços formados no exterior, e que cedeu nesta quarta 0,41%, em ajuste semelhante ao do Ibovespa.
Na ponta perdedora do índice de referência, destaque para Brava (-6,47%), Yduqs (-5,62%) e Cogna (-5,30%). No lado oposto, Braskem (+4,42%), CSN Mineração (+2,43%) e BRF (+2,39%).