A desvalorização do minério de ferro e a cautela dos investidores antes de uma semana carregada de eventos e indicadores mantêm o Ibovespa no território negativo e limitam uma eventual recuperação do principal indicador da B3, que acumulou queda de 3% em maio e recuou em nove das últimas dez sessões.
Segundo Raony Rossetti, executivo-chefe da Melver, a apreensão dos investidores antes dos dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no primeiro trimestre, previstos para a terça-feira, da decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), na quinta-feira, e dos números sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos, na sexta-feira, colabora para as perdas do dia. "É uma semana que tem muitas coisas para acontecer, mas que começa chocha", afirmou.
Também pesa sobre o mercado de ações brasileiro o receio com a desancoragem das expectativas de inflação no Boletim Focus. Os dados divulgados mais cedo mostraram que a previsão de alta do IPCA em 2024 subiu de 3,86% para 3,88%, e que a estimativa para o avanço em 2025 também aumentou, de 3,75% para 3,77%.
Em ambos os casos as projeções se distanciaram do centro da meta de inflação, de 3% ao ano, dando combustível para a alta dos juros futuros no mercado doméstico - fator que reduz a atratividade dos investimentos em renda variável.
Por volta das 11h10, o Ibovespa caía 0,30%, a 121.799 pontos. As ações da Vale eram o destaque na ponta negativa, retirando 0,23 ponto porcentual da variação do índice hoje.
As ações da Petrobras também recuavam, acompanhando a queda de mais de 2% nos preços do petróleo no mercado futuro, mesmo após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) manter os cortes voluntários de produção até setembro deste ano.
A expectativa, segundo o analista de Inteligência de Mercado para Petróleo da StoneX, Bruno Cordeiro, era de que os cortes fossem mantidos até dezembro.