O Índice Bovespa opera com valorização entre moderada e firme no fim da manhã desta terça-feira, 10, acima dos 128 mil pontos, apesar do desempenho fraco dos índices futuros de Nova York e da queda dos papéis da Vale. Os ganhos desta terça dão continuidade aos de ontem, quando o índice subiu 1% e são justificados em parte pela expectativa de avanço da pauta fiscal no Congresso, com as negociações para o destravamento da pauta de votações.
Profissionais do mercado ouvidos pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) também afirmam que a cirurgia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é fator que influencia a melhora de ânimo observada nos mercados domésticos em geral.
A justificativa é que o incidente expõe um quadro de saúde delicado do presidente, elevando as chances dele não concorrer à reeleição em 2026.
"Não creio que o episódio esteja fazendo preço no mercado, mas a discussão em torno da eleição é muito válida. A percepção é de que fica cada vez mais complicado ver a reeleição de Lula e podemos ter uma situação parecida com a de Joe Biden nos Estados Unidos", afirma Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.
Segundo Jefferson Laatus, estrategista do Grupo Laatus, o mercado mostra, sim, reação positiva à questão, uma vez que vê na figura de Lula um empecilho ao avanço da pauta fiscal. Assim, um afastamento temporário do presidente ou a desistência dele em concorrer à reeleição são vistos como oportunidade de melhora no fiscal. "É delicado falar em saúde, mas o mercado vê nas figuras do vice, Geraldo Alckmin, ou do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, alternativas melhores que o presidente", explica.
Às 11h46, o Ibovespa tinha 128.207,52 pontos, em alta de 0,78%.