A redução de 0,5 ponto porcentual na taxa Selic, anunciada nesta quarta-feira, 2, pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, deixou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, "otimista". Ao descer de seu gabinete no Ministério da Fazenda para comentar o resultado, o ministro perguntou aos jornalistas se "todo mundo estava feliz hoje", já que ele estava satisfeito com a redução da Selic e o comunicado do BC.
"Eu saio mais otimista hoje", disse o ministro. Na avaliação de Haddad, o primeiro corte de juros do BC desde agosto de 2020 ajudará muito nas expectativas do País. "Tenho segurança de que nós não estamos facilitando em nada o combate à inflação, nós temos compromisso com o combate à inflação e temos compromisso também com a responsabilidade fiscal e com ajuste que está sendo feito, que se tornará mais fácil a partir de agora porque a inflação está controlada e o a economia vai começar a se replanejar", afirmou.
Para ele, investidores e famílias começarão a se replanejar, a partir de um cenário de crescimento sustentável do ponto de vista fiscal, social e ambiental. "Nós não estamos no fim de um trajeto. Nós concluímos o primeiro ciclo de medidas. Começou pela Câmara, Senado, Fazenda, Banco Central. É um começo de trabalho que será longo ainda. Nós temos grandes desafios pela frente e o próprio comunicado do Copom deixa claro isso", lembrou o ministro ao mencionar os desdobramentos dos trabalhos do Executivo, Congresso e Judiciário.
Haddad elogiou o comunicado, destacando que foi mais extenso ao mencionar não apenas os motivos que levaram a decisão desta reunião, mas descrevendo os próximos passos. Para ele, isso reflete um primeiro semestre positivo. "O primeiro semestre foi um momento de boas notícias. Veja o que que aconteceu com o risco do País, com o dólar, com as taxas longas. Nada menos do que quatro agências de risco reposicionaram o Brasil", disse, lembrando que esse movimento é fruto da harmonização dos Poderes.
Com o clima melhorando a cada reunião do Copom, se inicia uma nova etapa do processo de reformas econômicas que precisa ser monitorado. "Eu tenho muita segurança de que nós vamos encaminhar para o Congresso agora uma nova leva de medidas junto com o Orçamento que vão patrocinar novos ajustes", afirmou. O ministro também destacou o trabalho de reformas microeconômicas que vem sendo feito pela equipe do secretário de reformas econômicas, Marcos
Pinto, e a aprovação de projetos que melhoram o ambiente do mercado de crédito.
"Se nós mantivermos o passo na direção correta isso vai significar juros menores, menos inadimplência e um horizonte de planejamento maior para as empresas e os consumidores das famílias. A partir de agora você começa a enxergar, a clarear o ambiente. Então vai ter mais otimismo. Os investidores estrangeiro, o mundo todo vai também olhar pro Brasil com mais otimismo, porque está tudo se conciliando em proveito de um resultado melhor", declarou.