O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o acordo entre o Mercosul e a União Europeia ainda tem algumas assimetrias e que deve tratar do tema durante uma viagem que fará à Europa no próximo mês. Ele participou do Itaú BBA Macro Vision 2024, em São Paulo.
"Mesmo com as correções e revisões propostas pelo Brasil, ele ainda contém algumas assimetrias. Contudo, eu volto à questão da economia e da política. Eu penso que é um acordo que, economicamente, pode trazer uma perspectiva nova para o Mercosul, e eu acredito que, politicamente, faria muito bem para o mundo", disse o ministro.
Ele lembrou que neste mês estará em Washington para concluir a reunião da trilha financeira do G20, presidida pelo Brasil, e que em novembro estará na Europa. Na pauta, um dos temas será o acordo entre União Europeia e Mercosul. "Devo passar por Alemanha, França e talvez Reino Unido, mas por outras razões, não pelo acordo", disse sem entrar em detalhes.
Questionado sobre a presidência brasileira do G20, Haddad disse que o País deixará marcas importantes. "O Brasil liderou um processo de discussão sobre desigualdade no mundo, sobre o desafio climático, sobre o desafio da fome e da pobreza, sobre alinhamento dos bancos multilaterais em proveito do desenvolvimento, em especial dos países de renda baixa, endividados. Eu acredito que a presidência do Brasil é um ponto fora da curva", comentou.
Antes de encerrar sua participação, Haddad deixou um recado sobre a questão da transformação ecológica, uma das bandeiras da sua gestão. "Nós estamos falando pouco das oportunidades que estão se oferecendo para o Brasil. Eu penso que essas oportunidades podem, junto com a reforma tributária, os marcos de garantia e de seguro, junto com todas as reformas que estão sendo feitas, com o apoio do Congresso e da sociedade, eu penso que o plano de transformação ecológica é uma espécie de cereja do bolo, porque é o que pode dar um impulso ainda maior para o nosso PIB potencial", disse.