O Brasil tem tido um bom desempenho na agenda de moeda digital, se destacando como modelo para outros países, mas, na questão da regulação, precisa visitar o que foi estudado e implementado no passado para encontrar os rumos mais acertados para o futuro. A avaliação é do ex-presidente do Banco Central e sócio fundador da Rio Bravo Investimentos, Gustavo Franco.
"O Brasil é exemplo mundial em lidar bem com o dinheiro digital, com digitalização privada, e todos esses outros temas, que todo mundo está tropeçando nesse assunto, e nós estamos indo muito bem. Melhor do que todo mundo. É muito difícil uma medalha de ouro, mas eu acho que já está perto disso nesse tema", declarou Franco, durante participação no evento sobre regulação financeira Future of Tomorrow, no Rio de Janeiro. "O passado do dinheiro ensina muito sobre o seu futuro", mencionou Franco.
Também presente ao debate, o ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do BC Pedro Malan disse estar "fascinado" com a velocidade das transformações no sistema financeiro, a partir da incorporação de inovações tecnológicas.
"Eu vejo o que está acontecendo no mundo cripto, virou um outro mundo, sujeito a todo tipo de coisa, inclusive legais e ilegais", disse Malan, lembrando questões de falha de segurança. "Eu vejo com uma enorme preocupação essa vertiginosa mudança, espero que alguém esteja entendendo", brincou.
Embora se preocupe com a segurança e as consequências das mudanças aceleradas, o economista disse que soluções devem ser estudadas e buscadas pelas novas gerações.
"Eu sou um velhinho", sugeriu um bem-humorado Malan. "A minha geração está passando a tocha para as novas gerações, é como se fosse uma corrida de revezamento, né? Agora é com vocês, jovens. Boa sorte."