O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta quarta-feira, 13, que a taxa de câmbio é mecanismo "óbvio" de transmissão da alta do dólar. Durante o evento "O futuro é hoje: insights e tendências para transformar seus negócios", realizado na capital paulista pela Bradesco Asset e o Bradesco Global Private, ele afirmou que pode-se perceber reações bastante distintas das autoridades monetárias, perante uma valorização do dólar.
"Agora, o México sofreu isso durante a noite aqui. A gente teve um dia de valorização", lembrou. De outro lado, ele comentou sobre como as taxas de juros persistentemente mais elevadas ou uma taxa de juros terminal mais elevada podem também impactar a economia brasileira. "Agora, para tentar fazer um meio copo cheio, o que me parece bem claro nas conversas que a gente pôde ter com os principais bancos centrais do mundo, e a gente escreveu na ata, todos eles estão bastante comprometidos na busca da meta", disse, acrescentando que o sentimento geral é de se enxergar um processo de desinflação.
No exterior, há, de acordo com Galípolo, preocupação com alguns impactos relacionados com alimentos, commodities basicamente, e energia. "Este é um tema que tem sido cada vez mais recorrente na discussão de revisitar o que é o livro texto de política monetária, que recomenda quase sempre quando você tem algum tipo de impacto nesse sentido de choque de oferta, te recomenda fazer um look through, olhar por cima, vamos dizer assim", considerou, reforçando que a expectativa é de desinflação, ainda que venha caminhando de forma mais lenta do que se gostaria. Isso, segundo o diretor, deve levar a política monetária nessas economias, numa instância que hoje está mais contracionista, para algo mais próximo do neutro.