O diretor de Política Monetária do Banco Central e indicado à presidência da instituição a partir de 2025, Gabriel Galípolo, disse nesta terça-feira que o impacto da transição verde tem relação com as atividades da instituição e é preciso que seus integrantes fiquem atentos. "Este é um dos temas mais interessantes, mas que, mesmo os maiores bancos centrais do mundo, têm bastante diferença sobre o quanto isso deveria ser incorporado no mandato do Banco Central, ou não", considerou, durante sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
Existe um lado, segundo ele, que todo BC terá de lidar, pois a transição climática tem impacto na economia, nos preços. Galípolo citou os Estados Unidos como exemplo. "Como é que isso vai impactar, seja do ponto de vista de produção de alimentos, seja do ponto de vista que as fontes de energia não renováveis e hoje menos competitivas do que as demais?", questionou. Por isso, de acordo com ele, é preciso que os bancos centrais estejam atentos.
"O que dificulta muito na nossa vida é que eu disse que as projeções, sobre o que vai acontecer com a economia, já são bastante complexas a serem feitas. Agora, a gente tem que adicionar também as projeções climáticas junto com as projeções econômicas, o que dá uma certa exponencialidade nas dificuldades das previsões", ponderou Galípolo.
Para o diretor, no entanto, o BC brasileiro é um dos mais atentos ao tema e tem tentado colaborar tanto com outros bancos centrais, quanto com o próprio governo sobre este tema. "Tem um tema recorrente na participação que existe no G20 do Brasil, então é um tema muito caro para todos nós", pontuou.
Galípolo voltou a dizer que se trata de uma grande oportunidade para o Brasil, porque tem segurança alimentar e energética e matriz limpa.