O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, indicado à presidência da instituição, disse nesta terça-feira sentir que "frustrou as expectativas" de que a sua chegada à autarquia, em meados do ano passado, causaria uma ampla disputa dentro da diretoria. "Eu sinto que eu gerei uma grande frustração, talvez, na expectativa que existia de que ao entrar no Banco Central fosse começar um grande reality show, com grandes disputas e brigas ali dentro", afirmou, durante a sua sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
Ex-secretário-executivo da Fazenda na gestão Haddad, Galípolo foi indicado para a diretoria de Política Monetária do BC em julho do ano passado, com o objetivo de "harmonizar" a relação entre a autoridade monetária e a equipe econômica.
Na sabatina, o diretor afirmou que tem "a melhor relação possível" tanto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quanto com o presidente do BC, Roberto Campos Neto. "Faço uma mea culpa: eu gostaria de, dentro das minhas funções, ter colaborado para que essa relação entre o Banco Central e o próprio Poder Executivo fosse melhor ainda do que ela tem sido", afirmou.
Galípolo não respondeu a um questionamento do senador Izalci Lucas (PL-DF), que havia perguntado se Galípolo considera as críticas de Lula a Campos Neto "justas".