O diretor de Política Monetária do Banco Central e indicado à presidência da instituição a partir de 2025, Gabriel Galípolo, disse nesta terça-feira que, durante os últimos 12 meses foi possível observar os núcleos de inflação no Brasil em patamares equivalentes aos das economias mais desenvolvidas e estáveis do mundo, como Estados Unidos e Reino Unido.
"Nós vamos estar sempre sujeitos a momentos mais desafiadores, mas a atuação do Banco Central tem sido inequívoca na perseguição da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN)", afirmou, durante sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
Ele comentou que pode haver frustrações em relação aos avanços e a um ritmo mais lento e trajetória menos linear de queda do juro que o desejado. "Mas eu penso que os avanços correspondem aos pesos e contrapesos próprios do processo democrático e o tempo necessário para o debate público e a construção de conceitos. E eu prefiro sempre as dores do processo democrático do que as falsas promessas de atalho", disse.
O diretor afirmou reconhecer que ainda que existem numerosos desafios pela frente, citando a consolidação de uma agenda capaz de criar uma economia mais dinâmica e transparente, capaz de combinar maior produtividade e sustentabilidade, o que envolveria o compromisso permanente do Banco Central. "Já foi dito que o banqueiro central deve ser o último dos otimistas e o primeiro dos pessimistas."
Galípolo também ressaltou que o Brasil também não está ileso à sujeição na economia mundial. "O Brasil tem a oportunidade histórica de se apresentar como um destino atrativo para o empreendedorismo e a inovação voltado para a economia sustentável, se consolidando por um polo de referência global na erradicação da pobreza e crescimento da produção", disse, reafirmando seu compromisso com o mandato estabelecido pelo arcabouço institucional e legal para a autoridade monetária brasileira.