A Federação Única dos Petroleiros (FUP) vai pedir que a Petrobras abra uma investigação sobre o vazamento de uma outra apuração que está em curso na empresa, direcionada às declarações feitas pelo coordenador-geral da entidade, Deyvid Bacelar, contra a venda da Refinaria de Mataripe, antiga Refinaria Landulpho Alves (Rlam).
A FUP credita o vazamento a "funcionários de alto escalão da empresa", que teriam vazado informações de um processo que deveria correr em sigilo. A informação foi publicada nesta quinta-feira em uma coluna do jornalO Globo. Segundo apurou oBroadcast(sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o pedido de investigação contra Bacelar foi determinado por um membro do Conselho de Administração.
"A atitude viola o código de ética da companhia e demonstra a existência de setores informais de informação paralela na empresa, tal como era comum no governo anterior", afirmou a FUP em nota, referindo-se ao governo Bolsonaro.
A entidade disse ainda que Bacelar desconhece o processo e que se de fato a investigação existir, ela deveria ser sigilosa.
"Processos de cunho administrativo são sigilosos. Causa estranheza o vazamento para a imprensa antes mesmo da notificação da parte interessada", disse Bacelar, em nota, deixando claro que, se for notificado, a defesa analisará se trata de abuso de autoridade do denunciante ou de tentativa de intimidação contra a liberdade de manifestação e de expressão de um dirigente sindical. "Essa quebra de sigilo é típica de períodos autoritários e que foram praticados recentemente pela Abin paralela", ressaltou.
Procurada, a Petrobras informou que "não se manifestará sobre a existência ou não de apuração interna em andamento". A companhia reforçou, em nota, "que dar publicidade a informações internas confidenciais é vedado nos normativos da empresa."