FGV: Barômetro Global Antecedente sobe pelo 4º mês e sugere aceleração do crescimento mundial

Autor: Daniela Amorim (via Agência Estado),
terça-feira, 10/10/2023

O Barômetro Antecedente da Economia avançou em outubro pelo quarto mês seguido, superando o patamar de 100 pontos e sugerindo uma aceleração da taxa de crescimento mundial nos próximos três a seis meses, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Já o Barômetro Coincidente mostrou ligeira queda, sinalizando que o cenário de expansão "deve se concretizar de forma gradual".

O Barômetro Econômico Global Coincidente caiu 0,2 ponto em outubro, para 89,2 pontos. O Barômetro Econômico Global Antecedente avançou 1,5 ponto, para 102,0 pontos, nível mais alto desde setembro de 2021.

Com o resultado, a diferença entre os dois Barômetros Globais é de 12,8 pontos, a mais acentuada desde abril de 2022.

"O resultado negativo do Barômetro Global Coincidente em outubro decorre sobretudo de um ajuste do nível de atividade nas economias asiáticas, enquanto as demais regiões mantiveram suas trajetórias de crescimento do indicador. No caso da região do Hemisfério Ocidental, a resiliência do nível de atividade, do mercado de trabalho e da elevação dos preços vem criando expectativas de manutenção ou aprofundamento de uma política monetária restritiva, o que explica a contribuição negativa da região para o Barômetro Global Antecedente", avaliou Paulo Picchetti, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

O Barômetro Coincidente reflete o estado atual da atividade econômica. O Barômetro Antecedente emite um sinal cíclico cerca de três a seis meses à frente dos desenvolvimentos econômicos reais. Os dois indicadores são produzidos pelo Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV) em colaboração com o Instituto Econômico Suíço KOF da ETH Zurique.

No Barômetro Global Coincidente, a região da Ásia, Pacífico & África contribuiu com -0,8 ponto, enquanto o Hemisfério Ocidental impactou positivamente em 0,1 ponto, e a Europa, 0,5 ponto.

"No mês, o indicador coincidente do Hemisfério Ocidental apresenta o maior nível entre as regiões, algo que aconteceu pela última vez em julho de 2021. Esse resultado é possivelmente influenciado pela resiliência da atividade econômica em países como Brasil e Estados Unidos", observou a FGV.

No Barômetro Global Antecedente, a região da Ásia, Pacífico & África contribui com 1,0 ponto, enquanto o Hemisfério Ocidental impacta em 1,0 ponto, e a Europa, em -0,5 ponto.

"O nível dos indicadores sugere uma maior disseminação da percepção de aceleração da taxa de crescimento nas principais regiões ao longo dos próximos meses, com os indicadores girando em torno da neutralidade dos 100 pontos", ressaltou a FGV.