O dólar sobe no mercado doméstico na manhã desta segunda-feira, 21, alinhado aos sinais positivos da divisa americana e dos rendimentos dos Treasuries e bônus europeus. Os investidores ajustam posições de olho ainda na piora das projeções do mercado no boletim Focus para inflação, câmbio, juros e déficit em conta corrente.
Na sexta-feira, 18, as taxas fecharam em alta, com as médias e longas perto de 13%, enquanto o dólar superou R$ 5,70, no intraday, e fechou a sendo a divisa com pior desempenho ante os pares. Especialistas apontam que, sem a desconfiança fiscal e fatores externos como incerteza sobre corte de juros nos EUA e a desaceleração na China, o dólar estaria em torno de R$ 5,10, alinhado à tendência de outras moedas emergentes.
Nos EUA, os investidores avaliam que as promessas de corte de impostos feitas pelos dois candidatos nas eleições americanas geram expectativas de taxas de juros inalteradas em novembro ou dezembro, favorecendo a atratividade do dólar e dos Treasuries.
No Focus, a mediana do relatório Focus para a inflação suavizada dos próximos 12 meses subiu de 3,96% para 4,01%. Essa medida ganhou importância nas análises do mercado após a regulamentação da meta de inflação contínua, que valerá a partir de 2025. A mediana para o IPCA de 2024 subiu de 4,39% para 4,50%, exatamente no teto da meta de inflação.
A mediana para a taxa Selic no fim de 2024 se manteve em 11,75% pela terceira semana consecutiva, consolidando a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentará os juros em 0,5 ponto porcentual nas duas próximas reuniões, de novembro e dezembro. A projeção para 2025 subiu de 11,0% para 11,25%, demonstrando que o mercado vê pouco espaço para um afrouxamento monetário ao longo do ano que vem.
A mediana do relatório Focus para o déficit em conta corrente do Brasil em 2024 aumentou de US$ 42,0 bilhões para US$ 43,50 bilhões. Um mês antes, era de US$ 39,0 bilhões. A estimativa intermediária para 2025 passou de US$ 44,50 bilhões para US$ 45,0 bilhões. Quatro semanas atrás, era de US$ 43,60 bilhões. Para o câmbio, a mediana no fim de 2024 subiu de R$ 5,40 para R$ 5,42; e para 2025 se manteve em R$ 5,40 pela segunda semana consecutiva.
O mercado monitora nesta segunda o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que participa do evento "Annual Trip Brazil-Chile" (10h30), e o BC faz reunião trimestral com economistas. Na semana, o destaque é o IPCA-15 de outubro, que sai na quinta-feira. Na sexta-feira a Aneel define bandeira tarifária de energia elétrica de novembro e o Tesouro divulga o relatório mensal da dívida de setembro.
O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) acelerou a 1,37% na segunda prévia de outubro, após registrar alta de 0,47% na mesma leitura de setembro, informou há pouco a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Às 9h32 desta segunda, o dólar à vista subia 0,42%, a R$ 5,7226. O dólar para novembro ganhava 0,39%, a R$ 5,7211.