O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, diz que deseja um "completo e perfeito alinhamento de ideias" com o governo, mas que a agência conhece suas obrigações e seguirá atuando independente disso. Contudo, afirmou que os desencontros prejudicam o trabalho e reclamou da falta de verba para o órgão.
"A Agência Nacional de Energia Elétrica tem um mandato. Nós sabemos o que nós temos que fazer. As nossas obrigações estão previstas em lei. E assim a Aneel continua trabalhando", disse ao ser questionado por jornalistas sobre a harmonia com o governo. A relação da agência com a gestão federal se tornou pública nos últimos meses, tendo escalado durante o apagão que atingiu São Paulo em outubro.
Antes de iniciar a série de reclamações sobre os impactos das limitações de verbas, Sandoval apontou o que considerou uma sinalização de aproximação com o governo. "Tivemos ontem a importante discussão sobre o bônus de Itaipu. No final, a decisão da Aneel atendeu ao governo no sentido amplo."
"A Aneel, ela não é apartada do governo. Nós temos um mandato e estamos executando o mandato. E a gente precisa do governo. A gente precisa que o governo nos libere mais recursos do nosso orçamento. Para que a gente possa fiscalizar melhor, atender melhor a população", afirmou o diretor.
Segundo Sandoval, a escala de limitações de recursos - que disse não saber se é ou não mais grave na Aneel que nas demais reguladoras - mantém comprometidos os serviços de atendimento à população, desde o call center até as fiscalizações de campo.
"Nós estamos aqui para trabalhar para o Estado brasileiro. E temos a disposição ampla, total e irrestrita para trabalhar em total harmonia com o governo atual e os que virão ao fim do mandato da atual diretoria", afirmou o diretor-geral.