O diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David, disse nesta segunda-feira, 31, que há mais incertezas do que definições sobre os impactos econômicos da guerra tarifária conduzida pelos Estados Unidos. Ele repetiu, em um evento online do Itaú BBA, que o aumento da incerteza tende a retrair investimentos, como já havia sido mencionado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na ata da reunião de março.
"Você vai ter um choque de oferta nos Estados Unidos com uma queda de renda disponível, vamos dizer assim, provavelmente uma queda de produtividade, que traria juros neutros lá na frente menores pela queda da produtividade, e um dólar fraco", avaliou o diretor, acrescentando que, ao que tudo indica, o impacto das tarifas na inflação norte-americana tende a ser temporário, como avalia o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell.
Por enquanto, tudo indica que o dólar está em um nível valorizado historicamente, ele ponderou.
David acrescentou que o efeito das tarifas dos Estados Unidos sobre cadeias produtivas não está claro, já que seria preciso saber até onde o presidente americano, Donald Trump, está disposto a avançar. Se o impacto for mais permanente, o Brasil estará preparado para enfrentar um cenário pior, disse.