O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, destacou nesta quinta-feira, 19, o ambiente desafiador no cenário externo, enfatizando a situação dos Estados Unidos durante coletiva de imprensa sobre o Relatório Trimestral de Inflação (RTI). "O cenário, então, ambiente externo desafiador, em função, principalmente da conjuntura econômica nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação, sobre a postura do Fed", disse, referindo-se ao Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
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Um dos pontos destacados pelo diretor é da desinflação subsequente, como se dará o segundo estágio, por conta da política econômica do futuro governo e Donald Trump.
"Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas, em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho", disse Guillen, destacando o rebalanceamento do mercado de trabalho nos EUA.
Dessa forma, os Países emergentes seguem precisando de mais cautela.
PIB de vários países resiliente, apesar da política monetária restritiva
O diretor de Política Econômica do Banco Central ressaltou ainda que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de vários países continua resiliente, apesar da política monetária restritiva. "Existe essa resiliência mesmo com um grau restritivo de política monetária nos diversos países", comparou.
Ele comentou também sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos, onde enxerga o início de um processo de reequilíbrio, mas com espaço ainda para mostrar mais avanços. "É um processo ainda em curso", resumiu.
Sobre inflação, o diretor ressaltou que os núcleos indicam que houve um primeiro estágio de desinflação mais íngreme, mais acentuado, e um segundo, que é mais custoso e que demora mais. Esse movimento, de acordo com ele, vale tanto para a inflação cheia quanto para os núcleos. "Os núcleos se encontram em níveis elevados e com ritmo de convergência desacelerando na margem", avaliou.
Ainda sobre o cenário externo, Guillen comentou que há um processo de desinflação, lembrando que agora o dado corrente está próximo, da expectativa para 2024, porque já está próximo o fim do ano. Para 2025, há uma expectativa de desinflação. "Ainda segue esse processo de desinflação na maior parte dos países - na Ásia nem tanto -, mas para a América Latina e para a Europa, sim", pontuou.