Déficit primário em relação ao PIB em 2024 segue em 0,70%, aponta Focus

Autor: Cícero Cotrim (via Agência Estado),
segunda-feira, 01/07/2024

A mediana do relatório Focus para o déficit primário de 2024 permaneceu em 0,70% do Produto Interno Bruto (PIB) na edição desta segunda-feira. Um mês atrás, ela também era de 0,70% do PIB.

O governo revisou a sua projeção de resultado primário deste ano no relatório bimestral de receitas e despesas de maio, para um déficit de R$ 14,5 bilhões, ou 0,1% do PIB. A meta de 2024 é de déficit zero, com tolerância de 0,25 ponto porcentual do PIB para mais ou para menos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já avisou que o governo "dificilmente chegará à meta zero", até porque o chefe do Executivo ",não quer fazer cortes em investimentos e obras". Agora, o presidente diz estar preocupado com o volume de gastos tributários do País, que estão na mira da equipe econômica.

Mais recentemente, Lula disse que "nunca" fará um ajuste fiscal "em cima do povo trabalhador e pobre", mas ressaltou que fará "qualquer ajuste necessário, porque não quero gastar mais do que a gente ganha".

A estimativa intermediária do Focus para o déficit nominal em 2024 continuou em 7,20% do PIB, contra 6,96% um mês atrás. O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após o gasto com juros e outras despesas financeiras.

A mediana para a dívida líquida do setor público como proporção do PIB passou de 63,68% para 63,70% em 2024.

Para 2025, o déficit primário esperado pelo mercado passou de 0,60% para 0,64% do PIB, contra 0,60% do PIB quatro semanas antes. O arcabouço fiscal aprovado no ano passado previa uma meta de superávit primário de 0,5% do PIB no próximo ano, mas o governo alterou a meta para 0% do PIB no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025.

O déficit nominal projetado para 2025 passou de 6,48% do PIB para 6,50%, ante 6,30% de um mês atrás. A estimativa para a dívida líquida no próximo ano caiu de 66,50% para 66,40% do PIB.