O resultado das transações correntes ficou negativo em julho deste ano, em US$ 3,605 bilhões, informou nesta sexta-feira, 25, o Banco Central (BC). Este é o melhor desempenho para meses de julho desde 2020, quando o saldo foi negativo em US$ 771,7 milhões. Em junho, o resultado foi deficitário em US$ 843 milhões. O rombo na conta corrente em julho ficou menor que a mediana do levantamento realizado pelo Projeções Broadcast, que apontava para déficit de US$ 4,000 bilhões. O intervalo ia de déficit de US$ 8,807 bilhões a rombo de US$ 700 milhões. Pela metodologia do Banco Central, a balança comercial registrou saldo positivo de US$ 7,233 bilhões em julho, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 3,174 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 7,733 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou negativo em US$ 4,144 bilhões, indicando redução do estoque. No ano até julho, a conta corrente teve rombo de US$ 18,174 bilhões. Em 12 meses, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 51,067 bilhões, o que representa 2,52% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse é o menor déficit em proporção do PIB desde abril do ano passado, quando ficou em 2,31%. A estimativa atual do BC é de déficit na conta corrente de US$ 45 bilhões em 2023, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho.
IDPOs Investimentos Diretos no País (IDP) somaram US$ 4,244 bilhões em julho, informou o Banco Central. No mesmo período do ano passado, o montante havia sido de US$ 7,205 bilhões. Em junho, entraram no País US$ 1,880 bilhão em IDP. O resultado ficou bastante abaixo da mediana das estimativas apuradas pelo Projeções Broadcast, de US$ 6,000 bilhões, com intervalo de US$ 3,000 bilhões a US$ 8,000 bilhões. No ano até julho, o fluxo de IDP ficou em US$ 33,609 bilhões. Em 12 meses, o saldo de investimento estrangeiro ficou em US$ 71,663 bilhões, o que representa 3,54% do Produto Interno Bruto (PIB). A estimativa do BC para este ano é de IDP de US$ 75 bilhões, projeção que foi mantida no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho.
Viagens internacionaisA conta de viagens internacionais registrou déficit de US$ 817 milhões em julho, informou o Banco Central. O valor reflete a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil no período. Em julho de 2022, o déficit nessa conta foi de US$ 661 milhões. O número ainda segue abaixo do patamar pré-pandemia de covid-19. No sétimo mês de 2019, o saldo em viagens foi negativo em US$ 1,150 bilhão. O desempenho da conta de viagens internacionais no mês passado foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,384 bilhão. Já o gasto dos estrangeiros em viagem ao Brasil ficou em US$ 567 milhões em julho. No acumulado de 2023, o saldo líquido da conta de viagens ficou negativo em US$ 4,670 bilhões. No mesmo período do ano passado, o déficit nessa conta foi de US$ 4,252 bilhões.
Dívida externaA estimativa do BC para a dívida externa brasileira em julho é de US$ 335,245 bilhões. Segundo a instituição, o ano de 2022 terminou com uma dívida de US$ 319,634 bilhões. A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 253,294 bilhões em julho, enquanto o estoque de curto prazo ficou em US$ 81,951 bilhões no sétimo mês de 2023.