Déficit em c/c nos 12 meses até novembro é o menor como proporção do PIB desde fev/2018, diz BC

Autor: Eduardo Rodrigues e Célia Froufe (via Agência Estado),
quarta-feira, 03/01/2024

O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, disse nesta quarta-feira, 2, que a relação do déficit da conta corrente com o Produto Interno Bruto (PIB) em 12 meses até novembro de 2023, de 1,56%, é a menor taxa desde fevereiro de 2018, quando ficou em 1,53%. "No acumulado do ano, houve uma diminuição expressiva em relação ao ano anterior", comparou. Ao longo de 2022, esse porcentual esteve sempre acima de 2%, chegando a superar os 3% em setembro daquele ano.

Sobre o Investimento Direto no País (IDP), o técnico salientou que, em novembro, houve uma concentração de operações de maior valor. "Isso pode acontecer em determinado mês, no mês seguinte. Às vezes, essas operações não entram no radar ou os analistas podiam estar esperando que viessem no mês posterior", disse. "Não diria que é uma mudança nas expectativas, mas um ajuste pontual neste mês", minimizou.

O ingresso de IDP em novembro (US$ 7,780 bilhões) veio acima do teto das estimativas do levantamento realizado pelo Projeções Broadcast, que iam de US$ 2,80 bilhões a US$ 7,50 bilhões. A mediana apontava ingresso líquido de US$ 3,950 bilhões. No ano até novembro, o fluxo de IDP ficou em US$ 52,716 bilhões. Em 12 meses, o saldo de investimento estrangeiro ficou em US$ 57,718 bilhões, o que representa 2,68% do Produto Interno Bruto (PIB).

A estimativa do BC para 2023 é de IDP de US$ 60 bilhões, projeção que foi atualizada no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro.