O resultado das transações correntes ficou negativo em agosto deste ano, em US$ 778 milhões, informou nesta segunda-feira, 25, o Banco Central (BC). Este é o melhor desempenho para meses de agosto desde 2020, quando o saldo foi positivo em US$ 874,4 milhões. O recorde negativo para o mês foi no ano passado, de R$ 7,016 bilhões. Em julho, o resultado foi deficitário em US$ 3,605 bilhões. O número da conta corrente em agosto ficou menos deficitário do que a mediana do levantamento realizado pelo Projeções Broadcast, que apontava para déficit de US$ 2,100 bilhões. O intervalo ia de déficit de US$ 5,952 bilhões a rombo de US$ 227 milhões. Pela metodologia do Banco Central, a balança comercial registrou saldo positivo de US$ 7,618 bilhões em agosto, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 2,878 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 5,642 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou negativo em US$ 1,243 bilhão.
AcumuladoNo ano até agosto, a conta corrente teve rombo de US$ 19,459 bilhões. Em 12 meses, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 45,336 bilhões, o que representa 2,21% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse é o menor déficit em proporção do PIB desde março do ano passado, quando também ficou em 2,21%. A estimativa atual do BC é de déficit na conta corrente de US$ 45 bilhões em 2023, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho.
Lucros e dividendosA rubrica de lucros e dividendos do balanço de pagamentos apresentou saldo negativo de US$ 3,891 bilhões em agosto, informou o Banco Central. A saída líquida é inferior aos US$ 4,897 bilhões que deixaram o Brasil em igual mês de 2022, já descontadas as entradas. O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 1,781 bilhão em agosto, ante US$ 1,259 bilhão em igual mês do ano passado. No ano até agosto, o saldo de lucros e dividendos é negativo em US$ 30,270 bilhões e o gasto com juros é de US$ 18,077 bilhões.
Viagens internacionaisA conta de viagens internacionais registrou déficit de US$ 615 milhões em agosto, informou o Banco Central. O valor reflete a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil no período. Em agosto de 2022, o déficit nessa conta foi de US$ 620 milhões. O desempenho da conta de viagens internacionais no mês passado foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,272 bilhão. Já o gasto dos estrangeiros em viagem ao Brasil ficou em US$ 657 milhões em agosto. No acumulado de 2023, o saldo líquido da conta de viagens ficou negativo em US$ 5,284 bilhões. No mesmo período do ano passado, o déficit nessa conta foi de US$ 4,872 bilhões.
Dívida externaA estimativa do Banco Central para a dívida externa brasileira em agosto é de US$ 328,983 bilhões. Segundo a instituição, o ano de 2022 terminou com uma dívida de US$ 319,634 bilhões. A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 254,938 bilhões no mês passado, enquanto o estoque de curto prazo ficou em US$ 74,045bilhões.