O Índice de Confiança Empresarial (ICE) caiu 0,8 ponto em setembro ante agosto, para 96,9 pontos, informou nesta terça-feira, 1º de outubro, a Fundação Getulio Vargas (FGV). O índice interrompe assim uma sequência de seis meses de altas. Em médias móveis trimestrais, a confiança empresarial avançou 0,2 ponto em setembro.
"Após seis altas consecutivas, o ICE recuou em setembro, refletindo um movimento marcado por elementos de acomodação e cautela nas expectativas. A acomodação está ligada ao nível moderado de atividade econômica, e manifesta-se nas sondagens pela piora da percepção sobre a demanda. Já o enfraquecimento das expectativas para a situação dos negócios nos próximos seis meses pode estar relacionado à elevação da taxa referencial de juros em setembro, para 10,75%, após ter permanecido estável em 10,50% desde o início de maio", avaliou Aloisio Campelo Junior, superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
O Índice de Confiança Empresarial reúne os dados das sondagens da Indústria, Serviços, Comércio e Construção. O cálculo leva em conta os pesos proporcionais à participação na economia dos setores investigados, com base em informações extraídas das pesquisas estruturais anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a FGV, o objetivo é que o ICE permita uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica.
O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) encolheu 0,5 ponto em setembro ante agosto, para 97,9 pontos. O Índice de Expectativas (IE-E) teve queda de 1,0 ponto, para 96,0 pontos.
Entre as expectativas, a percepção sobre a demanda nos três meses seguintes encolheu 1,4 ponto, para 93,3 pontos, e o item que mede a tendência dos negócios para os seis meses seguintes diminuiu 0,6 ponto, para 98,7 pontos.
Quanto ao momento presente, houve redução de 0,9 ponto na percepção sobre a demanda atual, para 97,7 pontos, e estabilidade na avaliação sobre a situação atual dos negócios, em 98,2 pontos.
Na passagem de agosto para setembro, a confiança dos serviços caiu 0,8 ponto, para 93,8 pontos; a do comércio cresceu 1,1 ponto, para 90,2 pontos; a da indústria diminuiu 1,2 ponto, para 100,5 pontos; e a da construção caiu 0,4 ponto, para 97,1 pontos.
Em setembro, a confiança avançou em 47% dos 49 segmentos integrantes do ICE. "Como destaque, houve redução da difusão de alta na Indústria e aumento significativo no Comércio", acrescentou a FGV.
A coleta do Índice de Confiança Empresarial reuniu informações de 3.732 empresas dos quatro setores entre os dias 2 e 24 de setembro.