A confiança do empresário industrial caiu 2,2 pontos em janeiro em relação a dezembro do ano passado, passando de 50,8 pontos para 48,6 pontos. É o que mostra o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) divulgado nesta quinta-feira, 12, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Com essa queda, o índice ficou abaixo da linha divisória de 50 pontos, "demonstrando a migração de um estado de confiança para um estado de falta de confiança do setor industrial".
De acordo com a CNI, é a primeira vez desde julho de 2020 que o setor industrial como um todo demonstra falta de confiança e essa é a quarta queda consecutiva do indicador. Nos últimos quatro meses, o ICEI acumula queda de 14,2 pontos.
O indicador varia de zero a 100 pontos, sendo que números abaixo de 50 indicam falta de confiança.
O ICEI é composto por dois indicadores: o Índice de condições atuais, que mede a percepção dos empresários sobre a economia brasileira em relação aos últimos seis meses, e o Índice de Expectativas, que mostra as perspectivas do setor para o próximo semestre. A pesquisa de janeiro mostra que os dois componentes caíram e se situam em patamares negativos.
O Índice de Condições Atuais de janeiro teve queda de 2 pontos, para 48,3 pontos, abaixo da linha dos 50 pontos, o que indica que o setor deixou uma percepção de melhora e passou a enxergar uma piora nas condições atuais em relação aos últimos seis messe, avalia a CNI. "Quando indagados sobre as condições atuais da empresa, em janeiro de 2023 os empresários passaram a perceber piora, diferentemente dos meses anteriores. A percepção das condições da economia brasileira, por sua vez, já era pessimista em dezembro", diz a entidade.
Já o Índice de Expectativas teve recuo de 2,2 pontos, situando-se em 48,8 pontos, "migrando a expectativa do setor industrial para a economia brasileira do otimismo ao pessimismo com relação aos próximos seis meses".
"Medir a confiança do empresário é importante porque a ideia é antecipar as movimentações da atividade industrial. Empresários confiantes tendem a aumentar sua produção, a contratar mais, a investir mais. E o inverso ocorre com a falta de confiança. Na medida em que o índice caiu e passou ao campo de falta de confiança, há cautela com relação às contratações, com relação ao investimento", explica o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
A pesquisa foi feita de 3 a 9 de janeiro, com 1.306 empresas, 527 de pequeno porte, 475 de médio porte e 304 de grande porte.
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