Os comerciantes brasileiros ficaram menos otimistas em setembro, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) caiu 1,6% em relação a agosto, a quinta queda consecutiva, já descontadas as influências sazonais.
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O índice ficou em 109,9 pontos, permanecendo assim na zona de satisfação, acima dos 100 pontos. Na comparação com setembro de 2023, porém, o Icec recuou 2,9%.
Na passagem de agosto para setembro, os três componentes do Icec registraram retração. O componente de avaliação das condições atuais caiu 2,5%, para 84,3 pontos, com recuos nos itens economia (-4,4%), empresa (-1,2%) e setor (-2,5%). O componente das expectativas caiu 1,8% em setembro ante agosto, para 140,4 pontos, com piora nos quesitos economia (-3,1%), setor (-1,6%) e empresa (-0,9%). O componente das intenções de investimentos encolheu 0,6% em setembro ante agosto, para 104,8 pontos, com redução nos itens contratação de funcionários (-1,2%) e estoques (-0,9%), mas avanço em investimentos na empresa (+0,6%).
A entidade avalia que as perspectivas em relação à inflação e à taxa básica de juros (a Selic) despertam uma maior prudência, pressionando a confiança do empresário do comércio.
"Apesar de alguns sinais positivos, o cenário de juros e inflação ainda gera muita cautela. A melhora pontual no investimento não deve ser vista como uma tendência estável, mas sim como uma resposta a condições específicas do momento", avaliou o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, em nota oficial.
Confiança cai mais entre bens não duráveis
Quanto aos segmentos do comércio, a queda na confiança foi mais acentuada no ramo de bens não duráveis, que compreende os supermercados, farmácias e perfumarias (-2,9%). Houve também redução no índice de confiança dos semiduráveis, de roupas, calçados, tecidos e acessórios, itens semiduráveis, com recuo de 0,5%, e dos bens duráveis, como eletrodomésticos e veículos, -2,0%.
"A Intenção de Investimento na Empresa - Icec foi o item que mais pesou positivamente dentre os comerciantes de todas as categorias, sendo em maior intensidade para os bens semiduráveis (+2,1%). Já o fator negativo foi unanimemente a percepção em relação à economia atual. Para esse item, os comerciantes de bens não duráveis destacaram-se, com redução mensal de 6,3%", apontou a nota da CNC.