O cenário fiscal é a maior preocupação com o Brasil hoje, afirmou nesta quinta-feira, 23, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
O banqueiro central reiterou que o processo de desinflação está acontecendo no País, embora lento. "Precisamos terminar o trabalho", disse. Ele também repetiu que o crescimento econômico foi revisado algumas vezes para cima e que é possível que o crescimento estrutural tenha aumentado, reflexo das reformas feitas nos últimos anos.
Sobre o fiscal, porém, Campos Neto frisou que há uma diferença grande entre o que o mercado acredita que será o resultado primário e o que o governo tem "prometido ou tentado fazer". O presidente do BC ressaltou que o mercado, no entanto, ainda que não espere que o resultado fiscal de 2024 seja alcançado, espera esforço.
"Uma das dificuldades é a necessidade de arrecadação bastante grande. Se conseguir cortar gastos melhora, mas o Brasil tem uma situação de gastos muito engessada", pontuou. "É importante persistir na meta. É importante que o governo acredite no arcabouço, no que ele construiu, mesmo entendendo que é difícil de atingir."
Campos Neto frisou a importância do arcabouço fiscal e disse que houve uma luta muito grande para aprová-lo, inclusive dentro do próprio governo. Ainda sobre as dificuldades do cenário, o presidente do BC citou que, mesmo com o arcabouço, a despesa do Brasil é maior do que a média do mundo emergente e que, devido a carga fiscal já elevada no País, há pouco espaço para aumentá-la.
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