O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que há razões para pensar que a taxa neutra real de juros, que não estimula nem deprime a economia, subiu globalmente nos últimos anos. Ele citou, entre os fatores, o aumento da dívida mundial e os volumes de transferências do governo para pessoas.
"No caso dos Estados Unidos, é importante entender o jogo de expectativas e percepções, porque você não quer ficar à frente da curva e, então, ter de corrigir isso depois, porque o dano à credibilidade nesse ponto, com muita incerteza, pode ser grande demais", ele disse, respondendo a uma pergunta sobre um movimento de "volta ao juro neutro" de outros bancos centrais.
Campos Neto repetiu que a dívida global cresceu muito e que a política fiscal está dissociada da política monetária desde o fim da pandemia.