Bolsas de NY fecham mistas, observando dirigentes do Fed e balanços, e Nasdaq renova recorde

Autor: Matheus Andrade, especial para a AE (via Agência Estado),
segunda-feira, 20/05/2024

As bolsas de Nova York fecharam sem sinal único nesta segunda-feira, 20, em uma sessão atentas às perspectivas para a política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e com a reta final da temporada de balanços nos Estados Unidos. O dia contou com declarações de uma série de dirigentes, enquanto investidores aguardam a publicação da ata da última reunião do Fed nesta semana.

O documento será divulgado na próxima quarta-feira, dia que contará também com o balanço da Nvidia, um dos mais esperados. Com avanços importantes em tecnologia, o Nasdaq renovou sua máxima histórica de fechamento.

O índice Dow Jones encerrou a sessão em baixa de 0,49%, aos 39.807,69 pontos, após ter renovado sua máxima histórica intraday com 40.077,40 pontos. O S&P 500 subiu 0,09%, aos 5.308,15 pontos; e o Nasdaq avançou 0,65%, aos 16.794,87 pontos.

A presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, afirmou nesta segunda que o BC norte-americano poderá manter os juros no nível atual ou até aumentá-los, se a inflação estagnar ou reverter o progresso obtido até o momento. Já a dirigente da distrital de São Francisco, Mary Daly, disse que ainda não está confiante de que a inflação recua sustentadamente em direção à meta de 2%. Por isso, a dirigente descartou urgência para ajustar os juros agora. O vice-presidente do Fed, Philip Jefferson, reiterou que o Comitê Federal do Mercado Aberto (FOMC) avaliou não ser apropriado cortar juros antes de ganhar maior confiança de que a inflação está caminhando à meta de 2% ao ano.

Entre as empresas, as ações das operadoras de cruzeiros subiram nesta segunda-feira, depois que a Norwegian Cruise Line Holdings elevou sua perspectiva para o ano inteiro, observando uma forte demanda. Os papéis da empresa subiram 7,56%, em seu maior aumento porcentual em uma sessão desde fevereiro. Por sua vez, as ações da empresa ainda caem cerca de 14% neste ano. A operadora de cruzeiros disse que tinha como meta US$ 2,45 em lucro ajustado por ação até o final de 2026, o que, segundo ela, representaria uma taxa composta de crescimento anual de 30% em dois anos. A perspectiva mais otimista da Norwegian também animou os concorrentes, incluindo a Carnival, cujas ações subiram 7,20%. As ações do grupo Royal Caribbean avançaram 4,07%.

"A última temporada de lucros nos EUA tem sido encorajadora, com o crescimento do lucro por ação se espalhando para além das 'Sete Magníficas'. Acreditamos que esta tendência continuará com as ações menores registrando uma recuperação cíclica ao longo dos próximos trimestres, à medida que a produção se recupera e as pressões sobre as margens diminuem", projeta a Oxford Economics.

A ação do JPMorgan recuou 4,50, após o executivo-chefe da empresa, Jamie Dimon, dizer que o cronograma para a saída dele do posto é em até cinco anos, sem dar mais detalhes. Antes, ele havia comentado que a saída estaria muitos anos distante.