Bolsas de NY fecham em queda, após dados e ata do Fed ampliarem incertezas sobre juros

Autor: André Marinho (via Agência Estado),
quarta-feira, 03/01/2024

As bolsas de Nova York fecharam em queda nesta quarta-feira, 3, após investidores interpretarem dados econômicos e a ata do Federal Reserve (Fed) como fatores que injetam incertezas na expectativa majoritária por agressivos cortes de juros a partir de março.

O índice Dow Jones encerrou a sessão em baixa de 0,76%, a 37.430,19 pontos; o S&P 500 perdeu 0,80%, a 4.704,81 pontos; e o Nasdaq cedeu 1,18%, a 14.592,21 pontos.

As ordens de vendas se espalharam por Wall Street desde a abertura, em uma reversão do expressivo rali do final do ano passado. Logo cedo, o presidente do Fed de Richmond, Tom Barkin, evitou descartar mais aperto monetário à frente.

A pressão arrefeceu pontualmente depois que o relatório Jolts mostrou uma leve queda na abertura de vagas nos EUA em novembro, enquanto uma leitura de índice de gerentes de compras (PMI, na singla em inglês) apontou a atividade da indústria ainda em território de contração em dezembro.

No entanto, o ímpeto se provou breve e o sinal negativo prevaleceu, com uma liquidação em setores como mercado imobiliário, tecnologia e bancos.

À tarde, a ata do Fed expôs a preocupação de dirigentes com o relaxamento das condições financeiras e a trajetória da inflação de serviços, mas reforçou a avaliação de que os juros já estão no pico ou bem próximo dele.

"Quase todos os participantes indicaram que, refletindo as melhorias nas suas perspectivas de inflação, as suas projeções no cenário-base implicavam que um alvo mais baixo para a taxa dos fed funds seria apropriado até ao final de 2024", destaca o documento.

Para o principal assessor econômico da Allianz, Mohamed El-Erian, a ata sugere que os dirigentes aceitam a precificação no mercado por redução de juros em 2024. "Mas eles estão mais cautelosos quanto à escala e velocidade dos cortes", afirma.

Neste contexto, a curva futura diminuiu a probabilidade de que o Fed comece a cortar a taxa básica em março, para cerca de 70%, de acordo com a plataforma de monitoramento do CME Group.