As bolsas de Nova York fecharam em queda nesta segunda-feira, 5, diante da alta do rendimento dos Treasuries com a expectativa por um Federal Reserve (Fed) mais cauteloso no processo de relaxamento monetário. O Dow Jones perdeu quase 275 pontos em uma realização da máxima histórica de fechamento na sexta-feira. O ambiente de baixa propensão ao risco foi reforçado pelo presidente do Fed, Jerome Powell, que afastou ainda mais as chances de uma redução da taxa de juros em março. Resultados fracos do McDonald's ajudaram a pesar. Do lado oposto, a Caterpillar disparou com balanço. A Nvidia foi impulsionada a novo recorde depois que o Goldman Sachs elevou o preço-alvo e colocou a empresa em uma seleta lista de ações.
O Dow Jones cedeu 274,30 pontos (-0,71%), aos 38.380,12 pontos. O S&P 500 recuou 15,80 pontos (-0,32%), aos 4.942,81 pontos. O Nasdaq registrou baixa de 31,27 pontos (-0,20%), aos 15,597,68 pontos.
Em entrevista veiculada ontem à noite na rede americana CBS, Powell manteve a sinalização de três cortes de juros este ano e afastou as chances de uma redução em março diante de dados recentes sólidos da economia norte-americana. Hoje, duas leituras de índices de gerentes de compras (PMI) apontaram resiliência do setor de serviços nos EUA. Na pesquisa do Instituto para Gestão da Oferta (ISM), em particular, o componente de preços pagos registrou, em janeiro, o maior aumento mensal desde agosto de 2012.
Entre as companhias que divulgaram balanços, o McDonald's foi penalizado e caiu 3,73%. O lucro por ação foi de US$ 2,95 entre outubro e dezembro, acima do US$ 2,83 esperados por analistas ouvidos pela FactSet. Mas a rede de fast food informou crescimento nas vendas globais de mesmas lojas de 3,4%, abaixo da previsão dos analistas de alta de 4,7%. A Boeing cedeu 1,31% com preocupações renovadas sobre o 737 MAX.
A Caterpillar subiu 2% após fabricante de materiais de construção e motores anunciar dados mistos no quarto trimestre. O lucro por ação de US$ 5,23 superou a expectativa, que era de US$ 4,73. A receita veio levemente abaixo do esperado. Os preços mais elevados ajudaram a empresa a aumentar as margens de lucro e a compensar a queda no volume de vendas. A empresa espera que as vendas em 2024 sejam, no geral, semelhantes ao total do ano passado, sem mudanças significativas no estoque dos revendedores de máquinas.
As ações da Nvidia avançaram 4,79% a patamar histórico de US$ 693,32. O Goldman Sachs elevou o preço-alvo em 12 meses de US$ 625 para US$ 800, além de inserir o ativo na sua "lista de convicções", que engloba 25 ativos que o banco considera ideias diferenciadas e fundamentais para compra. Os analistas do Goldman também aumentaram em 22%, em média, as suas estimativas para o lucro por ação não GAAP de 2025 e 2026 para refletir "dados recentes da indústria indicativos de uma demanda robusta de servidores de inteligência artificial e uma melhora do fornecimento de unidades de processamento gráfico (GPU), o circuito eletrônico capaz de realizar cálculos matemáticos em alta velocidade".