BCE: analistas preveem cortes de juros consecutivos até março, com pausa em abril

Autor: Laís Adriana (via Agência Estado),
segunda-feira, 21/10/2024

Analistas monetários consultados pelo Banco Central Europeu (BCE) projetam que a instituição reduzirá as taxas de juros em cortes consecutivos de 25 pontos-base (pb) até março de 2025, antes de pausar temporariamente o ciclo de relaxamento monetário em abril, com a taxa de depósitos em 2,50%. O resultado representa a mediana de 49 profissionais consultados pelo BCE entre 30 de setembro e 2 de outubro, antes da decisão de cortar os juros europeus pela terceira vez na semana passada, conforme pesquisa divulgada hoje.

Depois de uma breve pausa em abril, os analistas preveem novo corte de 25 pb em junho do próximo ano, baixando a taxa de depósitos para 2,25%, e posterior manutenção das taxas até o primeiro trimestre de 2026, quando projetam corte para o nível de 2,13%.

A mediana mostra ainda novo corte da taxa de depósitos para 2% no segundo trimestre de 2026 e manutenção deste nível até 2027, quando os juros devem ser elevados novamente em 25 pontos-base e permanecer inalterados no longo prazo.

A mediana dos analistas aponta ainda para expectativa bastante modesta para o crescimento na zona do euro. Nas leituras trimestrais ante o trimestre imediatamente anterior, eles projetam alta de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro e no quarto trimestres deste ano. Em 2025, a projeção é de leve aceleração no crescimento, para avanço de 0,3% no primeiro trimestre, ritmo que deve se manter até o fim de 2027.

Para a inflação ao consumidor na zona do euro, esperam taxa de 2,2% no terceiro e no quarto trimestres deste ano, com desaceleração para 2,0% no primeiro trimestre de 2025. Segundo os analistas, a inflação deve ficar abaixo da meta de 2% do BCE, em 1,9%, no segundo e terceiro trimestres do próximo ano, antes de voltar para 2% e permanecer neste nível no longo prazo.

Já o núcleo da inflação - que exclui itens voláteis como alimentos e energia - deverá cair gradualmente até chegar à meta de 2% no quarto trimestre de 2025 e manter este nível no longo prazo. De acordo com a pesquisa, os riscos para as perspectivas de inflação estão equilibrados para os próximos dois anos.